Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
Rosa Púrpura
domingo, 5 de setembro de 2021
Entre o céu e o ninho
domingo, 27 de junho de 2021
Só a tua voz, Amor
quinta-feira, 3 de junho de 2021
O Infinito
Quem és tu,
ó grande imprudente
Que vens amotinar
meu Ser dormente
Nesta quase
perfeita quietude
Que teci para me esconder de ti
Vens e vais e vais e vens
Como os relâmpagos
estrondosos
Estilhaçando,
impiedosos,
Esta árvore
ressequida que me sou.
A tua voz,
ainda que melosa,
Cai em mim
como a trovoada
Que me zoa,
ruidosa
Desinquietando-me
a alma
E quando as
tuas mãos me tocam…
Oh, quando
as tuas mãos me tocam
Envolvendo-me,
por um segundo que seja,
No manto balsâmico
que tu sempre foste para mim
Logo o
sentimento que tão profundamente soterrei
No abismo
que me habita,
Desperta e
se agita.
Sinto teus
olhos medir meu ser inteiro
E nos meus
pousados, me adentram, ousados
Com a magnificência
de um sol ardente
Que,
triunfante, vem desaguar
No mar das minhas
veias
De cada gota me inebrio
Porém, sei,
sem perder o norte
Que mora,
em mim, a pouca sorte
De não ter trono
no teu peito
Se és aquele
que sabe ver
Mundos em
grãos de areia
Céus vastos
em flores selvagens
O infinito
em palmas de mão
Porque é
tão cego teu coração
Ao amor que
por ti sinto?
Não sei se
amar-te
É obra de
fada ou fado amaldiçoado
Sortilégio ou
sina que me tem
Criatura
presa, dos teus lábios rosáceos
Eu só me
sei
Terra de ti
fecunda
Onde mesmo na
tua ausência
Tua presença me inunda.
(Carmen Cupido)
domingo, 16 de maio de 2021
O Rugido da Papoila
Não me quero mero adorno de vaso
Ou ornamento delicado em cerceado
jardim
Quero ser tudo o que sou e o
que sei de mim
Liberdade do Eu em contínuo
extravaso
Não me quero rosa bela e
aveludada
Quero-me antes papoila livre e arrojada
Cor escarlate ao vento
ondulante
A inflamar o horizonte com o
rugido gritante
De uma Leoa feroz quando instigada
Papoila bravia que não se
deixa cativar
Ser que não nasceu para se
deixar murar
Ornato fútil num qualquer vaso
ou jardim
Quero ser tudo o que sou e o
que sei de mim!
(Carmen Cupido)
domingo, 2 de maio de 2021
Vida...
Vida…
Louca, pulsa na veia
Centelha que encandeia
O negro vazio da inexistência
Insuflando-lhe essência
As primeiras rajadas de ar respiradas
Irrompem então no meu peito
Fazendo de mim um leito
De promessas inspiradas
Logo em mim latem
Possibilidades infinitas
Que à minha porta batem
Com mil histórias inauditas
Abri de leve e por um momento
Meu inteiro ser entrevira
Entre duas braçadas de vento
O delicioso sol de Primavera
Haverá, pois, muito sol e haverá flores
Haverá sonhos e amores
Muitos risos e abraços
Cores e muitos laços
Mas, mais além
Os longos invernos
Os escaldantes infernos
Os dias em que chorarei
Os dias em que sangrarei
Estarão lá, também
Serei, tantas vezes, um passarinho triste
Uma Alma cansada que desiste
Em vez de néctar, serei fel
Nos dias amargos, sem mel
Mas tudo isso é a vida
Ora murcha, ora florida
Os espinhos pertencem à rosa
Ora bela, ora dolorosa!
(Carmen Cupido)
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Corcel Alado
quinta-feira, 15 de abril de 2021
Chove
domingo, 11 de abril de 2021
Numa só rosa
domingo, 28 de março de 2021
A Hora