Eis
o mistério outonal,
Esses
dias onde cai bruma
Como
quem cai chuva
Para
apagar, quem sabe
Os
vastos fogos de cores
Que
brotam no lugar das flores
Pálidos,
todos os verdes, amarelecem
E
até as papoilas se calam nos campos e desfalecem...
Lá
do fundo da floresta já meio despida
Ecoa
um ultimo fado de despedida
Do
bico do pisco de rubro peito
Chilreio,
em saudades, liquefeito
Canto órfão de sol de verão
A
cair no lusco-fusco de um serão
Onde
o ogre inverno
Entoando
seu opus frio e terno
Envolve
a terra com seu glacial manto
Porém,
olh'ó espanto
Sentado,
languidamente, na embaladeira
Num
vai-e-vem junto à lareira
Já
o sonho nascituro se sonha prematuro
Botão
de primavera em flor !
(Carmen
Cupido)
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