segunda-feira, 3 de maio de 2010

A única luz que se tem


(Foto encontrada aqui: http://sefelia.altervista.org/_altervista_ht/piccola_luce.jpg

Não sou eu, Amor
Quem te escreve cartas de amor
É a dor; a dor, Amor
Que se desfaz
Lacrima palavra que jaz
Nas madrugadas de papel
Onde se deitam os sonhos infantados
No colo das fadas que têm asas de cristal
Ouve a dor, Amor
Vai sentada na garupa da onda
E o seu sorriso de Gioconda
Baixinho te conta
Que a maré alta
Baixa, baixa, me foge da alma
Quando o mar, Amor
Se me retira da pele
Para ir atrás de ti
E me deixa aqui
Ai, razia; Ai, vazia
E sabes, amor?
Para me consolar
De não seres meu
De eu não ser tua
O céu deu-me a lua; o céu deu-me a lua
Mas para quê, amor
Querer a lua
Quando se conta hora a hora
Chamando, rogando a aurora
E se desespera na espera
Porque o sol não vem
E a única luz que se tem
É de cera!

(Carmen Cupido)

4 comentários:

  1. Será de cera?
    Essa queima os dedos
    as mãos em pose de oração.
    Será?
    cera?
    Ou as gotas de amor
    que caiem no coração?

    Beijinho
    João

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  2. Leio as tuas palavras, que sem queimar jamais, são luz ainda...


    Um beijo
    AL

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  3. A beleza da luz da cera...
    Na chama das suas palavras!

    Bjs dos Alpes

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  4. Puxa!!! Deu a Lua, e quando ela está nova, vejo a terra escura, escondida, guardando a semente. Nada se vê... a paixão da lua, é que ela é um tornado de mudanças... sem sol, é uma solteira esperando ansiosamente os parcos breves momentos em que estarão juntos quando Cheia. Aprendemos a olhar com olhos ensinados, e nunca com os olhos reais, e tudo por isso, a existência é uma mar revolto...

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