Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
terça-feira, 27 de abril de 2010
Diabo sem nome
(Foto de Paulo Madeira olhares.com)
Por detrás da porta fechada
Uma sombra pesava
E o terror era a poeira
Que ao soprar levantava
Uma nuvem negra que ria e troçava
E os seus pés de ferro
Faziam de mim o solo
Onde dançava
Era espectro ou fantasma;
Ou diabo sem nome
Punha na mesa a Ira
E depois ordenava: Come!
E eu apertava os dentes
E a boca encerrava
A minha fome era outra
A do pássaro que voava
Choviam mil punhos
Com lâminas de espada
A ferir a minha estrada
E os punhos eram cunhos
A empurrar-me contra o muro
E contra o muro voltados
Meus olhos revoltados,
Perdiam de vista
O futuro...
E eu retinha os sonhos
De unhas afincadas nos fios
E meus olhos eram rios
Leitos a desbordar, medonhos
Dos venenos que ele me dava
E eu vomitava; E eu vomitava...
(Carmen Cupido)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Dos olhos revoltados
ResponderEliminarDe unhas fincadas nos fios
Não engula esse veneno!
Vomite-o, vomite-o!
Maldito diabo sem nome!
E do pássaro que voava caiu uma pena de esperança...flutua no leito do rio tranquilo onde nasce o poema...
Parabéns!
Carmen, que dizer sem me repetir?
Bjs dos Alpes
Bem aparecida, Carmen
ResponderEliminarO Diabo
A coice de pulga ser posto de lado,
é o diabo, é o diabo. E, ao fim e ao cabo,
morder a língua e morrer envenenado,
isso é que é o diabo, isso é que é o diabo…
Beijinho
João
como se fora imposição de um manjar, a cujo gosto azedou, abraço
ResponderEliminar