Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Avonde
(Foto de Maria Mcginley Photography)
Deixo-te crer
Que me possuis aos punhados...
Toada que entoo
Carme que de cor recito
Para enganar tolos!
Pensas que te pertenço
Mas o verso é inverso
Acerta a hora, ó crédulo
Remonta o pêndulo
Ouve alto, o que baixo penso
Avonde de vida
Bíbulo de morte
Sou Terra
E tu és quem?
Ninguém! Ninguém!
És carne da minha recolta
Que vai, mas o tempo é curto e logo volta
Nem que grites, esperneies de revolta
E com a saliva
Já a babar um Pai nosso
Te roerei osso a osso...
(Carmen Cupido)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Minha querida
ResponderEliminarBelissimo poema...sentido e palavra muito bem sincronizada.
deixo um beijinho
Sonhadora
Avonde (abundante, bastante) é um vocábulo tipicamente alentejano ou pelo menos só no alentejo é que se emprega, sabia?
ResponderEliminarBeijinho
João
Que FORÇA tem o seu poema Carmen!!!
ResponderEliminarGosto muito de a ler!
Bjs do lado de cá dos Alpes
Carmen,
ResponderEliminarGélida a mão
que outrora retiveste,
letras a denotar despojos
na voz que magoa
(ainda)
uma áspera harmonia...
Beijo
AL