Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Ao voltar da esquina
(Foto de ?)
Jamais vergar sob o peso das palavras
Ditas ou não ditas, deixar-se de fitas
Calou-se o canto ao amor?
E agora? Aclama-se a dor?
Parem os lamentos, por favor!
Toca a levantar, ficar de pé ainda que oca
Nestes ingratos momentos da vida
Em que só os escombros têm boca
Há que reter o sangue no seio da ferida
Com mãos, com panos, com punhos, com tudo
Acordar a alma, desarmar o escudo
Digna, nobre, erecta.
Fazer das tripas coração
Abrir os olhos, deitar fora a inútil oração
Colar os sapatos à linha recta
Que te leva, sem mesmo saber para onde
Não perguntes, o caminho nada esconde
Dentro do caminho só mais caminho
Nunca ouviste dizer que caminhar é viver
Não temas, quebra as algemas,
Empurra o ovo do conformismo do ninho
Que te prende, que te enjaula o ser
Vai, voa,
Segue a tua sina
Ao voltar da esquina
Já a voz do mundo ecoa
A chamar por ti!
(Carmen Cupido)
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Caminante, son tus huellas
ResponderEliminarel camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.
De um conhecido texto de António Machado, com um beijinho para o SEU caminho.
João
Minha querida
ResponderEliminarUm belo momento de boa poesia, adorei.
tinha saudades de te ler.
Beijinhos
Sonhadora
São sempre refrescantes
ResponderEliminarestes poemas de incitamento à vida!
Bjs
Ora viva!
ResponderEliminarPara frente é o caminho, já diz o povo. Gostei do "colar os pés à linha recta".
Muito bom, Cara Carmen.
Um abraço...
shakermaker
http://shakermaker.blogs.sapo.pt