Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Caramelo
A palavra persiste e lavra
Traça a linha, é fundo o traço
Que cava, ninguém a trava
Entre a ponta e o ponto
Lá vai ela, desaperta o laço
Antes de arrombar a porta de aço
Onde escondo a minha alma
Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura...
Fura a eito, fura o peito
Pára, que dói!
Ai a palavra que mói
Por dentro quando não a enfrento
Cedo; Assusto o medo
E conto dedo a dedo
As vezes em que perco o ponto
Quando, tonto
Meu coração livre e destravado
Sobe, sobe, do ventre à poesia
Fala de ti, de ti fala e ninguém o cala
É uma língua que se desenrola
Que pica, atiça, belisca
Tanto, tanto, a boca tola
Que, inteiro, tu és isca
Caramelo que se me cola
Ao céu do meu poema...
Ai, Amor! Se não fosses tão doce!
(Carmen Cupido)
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Caramelo, rebuçado, chupa-chupa... doce é, com certeza...
ResponderEliminarSerá a isto que chamam rebuçados... peitorais? :)
Beijinho
João
Poema de ponta a ponta em ponto de caramelo!
ResponderEliminarBjs do lado de cá dos Alpes
Mas é doce!!! Tem de ser, nem que seja num fio de cabelo! A Poesia é sempre Mãe em Si. Não há dia que não finda sem um verso na sua cabeça!
ResponderEliminar- caramelo, isso pega muito!! - risos...
um beijo grande
Senti o céu do teu poema!...
ResponderEliminarBeijO
AL