Caminhar sem caminhar
Apenas flutuar
Ver do alto a vida a desfilar
Sem levantar o olhar
Às cegas, trepar as horas
E com os pés incandescentes
Selar o peito
Viver sem viver
Sem sair do caminho
Por medo de perder
Os olhos no fundo das lágrimas
Que afogam o pergaminho
Viver a correr, viver a fingir
Antecipar a dor
Temer tudo, até o amor
Fugir, fugir, fugir
À frente do sentimento aflito
Não querer ouvir o grito
Quando a vida te arrancar de mim
Como ao pássaro, as penas!
(Carmen Cupido)
Minha querida
ResponderEliminarJá tinha saudades de passar aqui.
Adorei o poema, poderiam ser palavras minhas de tanto que me diz.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
deu-me pena pássaro sem plumas, sem ar
ResponderEliminarabraço
De uma plaquete de 9 poemas sobre Castelo Branco e com o título (En)cantos de Castelo Branco, editado em 1991, salvo erro...
ResponderEliminarUm pássaro de vidro canta
a melodia que pode encantar
outro pássaro de vidro
um pássaro tem as penas que tem
suspensas umas outras por cumprir
as penas que um pássaro tem
um pássaro não sabe que o cipreste
cresce em pose oficial
de diligências à porta da gaiola
um pássaro canta por falar
e não sabe por que levo ao arraial
uma flor vermelha com as ancas descompostas
um pássaro de vidro
ou uma rosa de plástico
Beijinho
João
Olá Carmen,
ResponderEliminar...Viver a correr, viver a fingir
Antecipar a dor
Temer tudo, até o amor
Fugir, fugir, fugir..."
Às vezes apetece fugir fugir, fugir...de nós mesmos até...a flutuar...mas acabamos por voltar com medo de dar-mos de caras connosco...
Bjs dos Alpes
Que estrofes, essas últimas... Triste é o canto da ave que se depena com pena nem sabe do quê!! Poeta mais alta, tuas palavras não tem fita métrica, graças a deus... porque só tem escadas para o céu e poesias feitas dessa matéria não podem nunca serem medidas.
ResponderEliminarsaudade!!!