(Salvador Dali, flores surrealistas)
Vou acender o sol
E acordar a alva na folha morta.
Rasgar valas com pluma de luz
No chão ressequido aos pés da Musa.
Arrancar da mente, extirpar do ventre
Um punhado de palavras semente
Que escondi nos cantos do que sou.
Vou com cuidado,
Pois cada verso que planto tem seu reverso
Como rosa tem espinho e arranha a alma.
Cai chuva de segredos na planície do papel
Do alto do céu do mistério dos Deuses.
Logo cores pintam flores
Na pele febril do poema
Nasce do escuro, o horizonte
Como quem acende uma estrela.
(Carmen Cupido)
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