sexta-feira, 2 de março de 2012

Tremente Papoila









































(Papoilas Red de NãoSouEuéaOutra Fotografia)

Era eu ainda de noite feita
Nas horas em que o corpo se deita
Mas a alma, sem fé, não dorme, fica de pé
E a sombra espreita; E a sombra espreita

Não sei se no sono, se na folia
Sabes Amor, sonhei-te em mim
E que o sol já bulia...

Buliu tanto e rebuliu que tal rebuliço
Ressuscitou a tremente papoila
Que bailou, espampanante, doida,
Em meu ventre de moçoila

Ai, Amor, toda eu tremia:
Não sei se de calor, se de frio
Se de amor, se de cio...

Vi-me correr, das tripas à aorta; Em devota oração absorta
Ir rogar à minha boca, antes muda e morta
Agora vívida e escarlate; Que enfim se dilate
Na hora em que a rúbida aurora no meu peito embate

Apressei-me então e de, par em par, fui abrir as janelas do meu ser
Para acolher a madrugada mas não sei se foi sonho ou obra de fada
Olhei-me para dentro e eras tu Amor, em mim a florescer...

(Carmen Cupido)

1 comentário:

  1. Para surpresa da moçoila,
    deu-lhe o suão à papoila...

    Viva, um beijinho para si
    João

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