O tempo poderá vir
Cavar os seus sulcos
Na minha fronte
Soprar aos quatro cantos
Do que sou
Todo o furor do mundo
As mil chuvas
Da vida poderão
Escolher-me por alvo
Mas que importa
O que o tempo gravará
Na minha pele, à sua
passagem
Com um dedo apaziguante
Saberei acariciar as feridas
Como uma Mãe acaricia os
cabelos de um filho
O Silêncio
Em grande Mestre sábio
Me cantará canções de Ninar
Do alto da sua voz dócil
O meu coração
Se despojará então
De todos os pesos inúteis
E quando chegará o dia
Onde o meu tempo cairá por
terra
Como um fruto maduro
A morte me encontrará então
No subtil equilíbrio
De uma existência tranquila.
(Carmen Cupido)
(Tradução/Adaptação do poema "Fruit Mûr"
in Le Silence est un mot comme un autre)
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