Há
Nos meus dedos
Sonhos e segredos a fluir
E espátulas a esculpir
Sóis, luas e estrelas
No alto da minha tela
E a cada vez
Pressinto que o céu
Rasga o seu véu
Espargindo cores
Aclamando amores
E talvez ninando dores
No berço que eu lhes dou
Vejo mundos variados
Alçar-se de fundos esmaiados
E dentre os fios entretecidos
Do algodão cru imaculado
Seres inertes, inanimados
Correm fruir da vida
Na hora suspendida
Em que lhes sinto o coração
Pulsar na cova da minha mão
Tudo isto me vem não sei de onde
Nem sei em que lugar de mim se esconde
Eu não sou nada nem ninguém
Apenas o instrumento de passagem
Entre uma e a outra margem!
(Carmen Cupido)
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