segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Saudade




Este pranto é tão somente meu

Ninguém d'outro o verteu

Nem outra alma teve a piedade

De lhe matar a saudade

Nem o desespero que sofreu

Nem nunca sentiu a ânsia

De viver e amar à distância

Tudo e todos os que ama

Nem o sentimento profundo

De estar só no mundo

Quando a tristeza o chama

E o coração grita um lamento

Que se perde no uivo do vento

Nem nunca exclamou a dor

À melancolia prenunciada

Pelo avassalador temor

De a ver, por mil, multiplicada!

(Carmen Cupido)

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