Eis-nos, tu e eu,
Sob o envolvente perigeu
Nesta noite de verão
Onde o silêncio taciturno
Só o é para quem
Não sabe escutar
O violino do vento a executar
Um opus noturno
À perfeição…
Eis-nos, tu e eu
Nesta noite madura
De estrelas tremeluzentes
Poesia pura
Versos transluzentes
A alumiar o aqui e o além
E os nossos olhos espantados
Por tanta luz, deslumbrados
Também…
Eis-nos, tu e eu
Neste sonho estonteante
Onde os pássaros enamorados
Num bater de asas vibrante
Chilreios agudo-extasiados
Seduzem a lua soberana
No alto do céu
Desta tela Van Goghiana…
Diz-me, pois,
Que não é ilusão
Que não se me engana o coração
Que depois de cada tempestade
Guardaremos fé, amor e vontade
Que haverá sempre uma seara dourada
Onde a nossa alma magoada
Se extirpe ao tormento
E se faça leve, embalada
Como espiga ao vento!
(Carmen Cupido)
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