Do alto
Da minha
descrença
Ergo aos
céus
As minhas
pálpebras doridas
E assim
Atravesso
eu a vida
Sem nunca vislumbrar
As
oferendas
Recebidas
Parece-me
padecer
De uma lei
suprema
Que me deu
sofrida
À luz do
mundo
Com todas
as maldições
Do universo
A recair
sobre mim
E sem nunca
aprender
A torcer o
pescoço
À força
implacável
Deste meu
Fado
Serei eu
Um fruto esconjurado
Por uma cruenta
praga
Que o diabo
bafejou
Aos quatro cantos
Do que sou?
Serão
A
adversidade
E o sofrimento
A superior
natureza
Do ser e da
vida
A única
maneira
De crescer
Em valor
E em
sabedoria?
Rogo
Para que a
desfortuna
Que avisto
Efeito ou talvez
não
Da desilusão
Que me rói por dentro
Não encerre
Meus olhos
De pobre
mortal
Na cegueira
De não saber
Ver a bênção
Que recebi
No preciso
segundo
Em que
nasci…
A VIDA!
(Carmen
Cupido)
🌺💖
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