domingo, 23 de janeiro de 2022

Poesia triste, tristemente declamada...

 


Alentam-me os teus olhos,

Como dois sóis, eu sei

No alto do céu da minha alma,

Quando pousam sobre mim

Com a doçura e a calma

Do rouxinol que apruma

Seu pipilo e suas plumas

Encantando-me com o seu canto

Que me chama à primavera

Que me chama à liberdade

Quando me vê trancada

No fundo da gaiola

Por Motu Próprio

Enjaulada

A orquestrar poesia triste

Tristemente declamada…

 

Mas como desprender

Tão ressequidas asas

E ao alto aspirar

Refrear o medo, dominar o ar

Descolar...

Das profundezas escabrosas

Do longo inverno; do longo inferno

Que me detém; que me retém?

 

(Carmen Cupido)


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