Alentam-me os teus olhos,
Como dois sóis, eu sei
No alto do céu da minha
alma,
Quando pousam sobre mim
Com a doçura e a calma
Do rouxinol que apruma
Seu pipilo e suas plumas
Encantando-me com o seu
canto
Que me chama à primavera
Que me chama à liberdade
Quando me vê trancada
No fundo da gaiola
Por Motu Próprio
Enjaulada
A orquestrar poesia triste
Tristemente declamada…
Mas como desprender
Tão ressequidas asas
E ao alto aspirar
Refrear o medo, dominar o
ar
Descolar...
Das profundezas escabrosas
Do longo inverno; do longo
inferno
Que me detém; que me retém?
(Carmen Cupido)
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