E, hoje,
Subitamente,
Surge o teu rosto
Dentre uma nébula antiga
De feridas escondidas
De par em par
Se abre a saudade
E, num bater de penas,
Os teus olhos risonhos
Vêm pousar sobre mim
Com a levez airosa
Do amor maior
Que se tem
Mãe,
Tal como na infância,
Vejo o sol a brincar
Com a tua pele trigueira
E a fazer cintilar
Teus brincos de cereja
No ar,
Sinto o frescor
Dos teus cravos
A querer enganar
Meus sentidos
E, subitamente,
Bate aquela vontade
De voltar
Ao ninho, ao lar
Que eu te aperte
E que me apertes,
Só mais uma vez
No teu regaço
E na impossibilidade
De tal abraço
Uma lágrima sentida
Rola ferida
Pela minha alma
Abaixo...
(Carmen Cupido)
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