Num sopro
Assopra a criança
A esperança
Que o sol se retarde
Naquele fim de tarde
Em que no seu alarde
Se despede o verão
Altivamente montado
Na garupa de um dente-de-leão
À declinação ele ruma
E agora que chegou a outonal bruma
para embaciar a madrugada
Ele é apenas um fino filamento
Engolindo o ressentimento
De não mais ser flava flor
A iluminar com seu esplendor
A fulgente alvorada
Sobe ao colo do vento
Rumo ao convento
Das estações findadas
Vai num sopro de criança
Afincado à esperança
De poder regressar
Da vagarosa vereda
Movimento terrestre
Pelo reino celeste!
(Carmen Cupido)
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