
(A Medusa e o Diabo à espreita, foto de Torres Martins olhares.com)
Estás à minha espreita, ó cão ávido
É na esquina que me esperas, frio, impávido
Queres na minha carne fincar um dente
Salivas já o sabor do meu sangue quente?
Ai seu diabo, mil vezes maldito...
Queres ver-me cair, para depois rir
Do meu desajeito, do meu olhar aflito?
Toma todos os cuidados
Ao sair do teu buraco
Não vá eu fazer caco
Dos teus cornos delicados!
Vê lá com quem te metes, ó seu grande cão
Se eu eu fosse tu, ó seu cornudo de um raio
Não teria certeza que sou mesmo eu que caio
Fanfarrona, fanfarrona enquanto podes, ó seu fanfarrão
Quem sabe se não sou eu que te empurro
E se não vais, juro que puxo à força o burro
Um rasto de pólvora no teu cu que empesta
A queimar no inferno, olha só a festa!
(Carmen Cupido)
Poema dedicado ao meu amigo e grande poeta João de Sousa Teixeira
( João: as poetisas sensíveis também têm humor! )