domingo, 30 de outubro de 2011

A farpa















(Foto proveniente do Teatro "A Farpa" da Companhia Miníma)

Há sempre uma farpa
Que se elide no ventre do Poeta

Uma espécie de canto lutuoso
Declamando notas álgicas diversas

Um flúmen menstrual de Musa
Esculpindo margens na palavra purpúrea

Caules subterrâneos na escuridão do poema
Bolbos de madrugadas várias a nascer para dentro

Verbos, versos, com um monstro bicípite na ponta
Empurrando as letras em tormentos contrários

Rodopios ardilosos que a conta – gotas
Vão desfolhando as bubas do poema

Sarrabiscos aos Ais com asas de pedra
Que cravados na terra, admiram os céus

De longe, de longe...

(Carmen Cupido)

2 comentários:

  1. Minha querida

    Desnudaste a alma do poeta neste belo poema.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  2. muito bom este... a pensar!!! que fortaleza de versos... vulcão...

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