Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
segunda-feira, 14 de março de 2011
Poeta Louco
(Desconheço o autor da imagem e apelo a quem conheça
porque todo autor merece ver reconhecido o seu trabalho)
Olhem o Poeta Louco
Ai credo, esqueceu seu credo
Para ir atrás da fama que é chama de pouca dura
Virou banazola, o rapazola
Bicho arrastado, de poesia rouco...
Perdeu-se nos cem passos
Girou febril, o imbecil
Morreu-se aos pedaços
Ai o coitado, caiu-lhe em cima um enfarte
Desmoronou-se-lhe o bê-á-bá da sua arte
Por doidejar demais sua pena
Que vazia e velha
Num canto pena e depena...
As palavras murchas já nem com cravelha
Retesam o flavo de outrora
Ora,
Seu poema, já nada grandíloquo
Virou lenga – lenga, arenga
Endecha que nem com hóstia no papo
Consegue elevar as Musas à glória
Ai que história, ai que história...
Ó Calíope, ó Melpômene, ó Erato
Inspirem, sussurrem, transpirem, que raio!
Descolem o bico ao gaio
Que assobie, declame e cante o desgraçado
Miséria já lhe basta a de ser poeta, pobre e mal fadado!
(Carmen Cupido)
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