segunda-feira, 14 de março de 2011

Poeta Louco

























(Desconheço o autor da imagem e apelo a quem conheça
porque todo autor merece ver reconhecido o seu trabalho)

Olhem o Poeta Louco

Ai credo, esqueceu seu credo

Para ir atrás da fama que é chama de pouca dura

Virou banazola, o rapazola

Bicho arrastado, de poesia rouco...

Perdeu-se nos cem passos

Girou febril, o imbecil

Morreu-se aos pedaços

Ai o coitado, caiu-lhe em cima um enfarte

Desmoronou-se-lhe o bê-á-bá da sua arte

Por doidejar demais sua pena

Que vazia e velha

Num canto pena e depena...

As palavras murchas já nem com cravelha

Retesam o flavo de outrora

Ora,

Seu poema, já nada grandíloquo

Virou lenga – lenga, arenga

Endecha que nem com hóstia no papo

Consegue elevar as Musas à glória

Ai que história, ai que história...

Ó Calíope, ó Melpômene, ó Erato

Inspirem, sussurrem, transpirem, que raio!

Descolem o bico ao gaio

Que assobie, declame e cante o desgraçado

Miséria já lhe basta a de ser poeta, pobre e mal fadado!


(Carmen Cupido)

3 comentários:

  1. [benditos os poetas que se esqueceram do seu pouco de loucura, nas trocas, nos jogos de cartas com o destino... fazendo batota, sempre com um trunfo que já ninguém se lembrava, mas na palavra, diante do verso, é mundo e passo que acontece; ganha o mundo, assoma a luz do dia com mais cor!]

    um imenso abraço,

    Leonardo B.

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  2. oh, glória que os ''diabos'' falem de vez e deixem de assobiar!!!

    li o que me escreveu.

    beijo

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  3. adorei seu poema, lindo... tenho um blog tbm para meus poemas se vc quiser dá uma olhadinha thallesnathan.blogspot.com.br
    P.s furtei a imagem, para um poema meu.

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