sábado, 3 de abril de 2010

Subir ao Céu


(Foto de Marcio Farias (?) )

Uivante, o silêncio
Que tapa os gritos
Olhos aflitos
De lobo dorido
Que me sou, ferido

Vi-me tormento
Corcel alado, na garupa o vento
Correr veloz, vai nervoso
De alento fugoso
Subir ao céu
Rendido réu
Suplícios meus
Prosternar-se aos pés de Deus
Para saber de ti...

Viro costas ao inferno
Berro alto o lamento ácido terno
É Abril, é Abril
Idosa a lágrima, purpúrea a dor, rio senil

Chorei-te ausente
E o cravo não mente
E o silêncio dormente
Acordou suado
De voz coroado
Da menina em mim
A chamar por ti
Num queixume sem fim

Faço do meu corpo cunho
Carnal ferro punho
E bato à porta do omnipotente

Toc, toc, toc!

(Carmen Cupido)

1 comentário:

  1. Lindo poema.
    E linda imagem.
    Esta escadaria faz lembrar a torre de babel, em que os gentios desejavam subir ao céu...

    Jinhos
    Isabel

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