sábado, 30 de abril de 2011

Vejo o cravo perder o jeito

























Ainda não o sei
Mas sem ti, vou morta
Para onde, nem sei
Quando tu te foste
E eu fiquei ; E eu fiquei… 


Olho, por dentro, o peito
E pouco a pouco, pouco a pouco
Vejo o cravo perder o jeito
De amar a chuva e o sol já rouco
Calar seus raios

Caio na escuridão
Que me ensina a engolir
Os caroços de negridão
Como pedaços de pão
Que me dão vida
À força!

Mas este pão não me sacia
Ando, de entranhas, vazia
E a luz já ténue e esguia
A minha alma desfia
Fio a fio, fio a fio

E até a minha boca
Se traja de silêncio
De tanto cuspir
Os gritos que gritei
Quando tu te foste

E eu fiquei ; E eu fiquei.

(Carmen Cupido)

3 comentários:

  1. todos podemos escrever este poema; é um poema de todos em algum momento!! bom voltar à poesia... um beijo

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  2. Carmen,

    LINDO! sempre.

    Fechei a caixa de comentários do http://mariasentidos.blogspot.com/ (um dia destes reabro), mas continuo a visitar o 'blogobairro' e embora ande parca no comentar, não me esqueci de Si nem dos outros(as)amigos(as).

    um abraço e o meu sorriso :)
    mariam

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  3. "Eclipsou-se" o endereço do seu blogue. Hoje dei por isso e ainda vim a tempo de ler este poema. Valeu a pena!
    Beijinho
    João

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