domingo, 2 de maio de 2021

Vida...



Vida…

 

Louca, pulsa na veia

Centelha que encandeia

O negro vazio da inexistência

Insuflando-lhe essência

 

As primeiras rajadas de ar respiradas

Irrompem então no meu peito

Fazendo de mim um leito

De promessas inspiradas

 

Logo em mim latem

Possibilidades infinitas

Que à minha porta batem

Com mil histórias inauditas

 

Abri de leve e por um momento

Meu inteiro ser entrevira

Entre duas braçadas de vento

O delicioso sol de Primavera

 

Haverá, pois, muito sol e haverá flores

Haverá sonhos e amores

Muitos risos e abraços

Cores e muitos laços

 

Mas, mais além

Os longos invernos

Os escaldantes infernos

Os dias em que chorarei

Os dias em que sangrarei

Estarão lá, também

 

Serei, tantas vezes, um passarinho triste

Uma Alma cansada que desiste

Em vez de néctar, serei fel

Nos dias amargos, sem mel

 

Mas tudo isso é a vida

Ora murcha, ora florida

Os espinhos pertencem à rosa

Ora bela, ora dolorosa!

 

(Carmen Cupido)

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