quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Seara Dourada-Tela Van Goghiana

 



Eis-nos, tu e eu,

Sob o envolvente perigeu

Nesta noite de verão

Onde o silêncio taciturno

Só o é para quem

Não sabe escutar

O violino do vento a executar

Um opus noturno

À perfeição…

 

Eis-nos, tu e eu

Nesta noite madura

De estrelas tremeluzentes

Poesia pura

Versos transluzentes

A alumiar o aqui e o além

E os nossos olhos espantados

Por tanta luz, deslumbrados

Também…

 

Eis-nos, tu e eu

Neste sonho estonteante

Onde os pássaros enamorados

Num bater de asas vibrante

Chilreios agudo-extasiados

Seduzem a lua soberana

No alto do céu

Desta tela Van Goghiana…

 

Diz-me, pois,

Que não é ilusão

Que não se me engana o coração

Que depois de cada tempestade

Guardaremos fé, amor e vontade

Que haverá sempre uma seara dourada

Onde a nossa alma magoada

Se extirpe ao tormento

E se faça leve, embalada

Como espiga ao vento!

 

(Carmen Cupido)

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