Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
De bruços sobre o dia
Ninavam no berço do horror
Todos os silêncios que nos davas a comer
Óvulos violência que fecundavas com o terror
Que, na noite amarrava o sol, para não nascer
Nos cantos da casa, tudo rezava
A Mãe, os filhos, o sal e até o vento
Mas Deus não chegava e nada acelerava
O tempo que se arrastava, de tão lento...
Os gritos eram ecos quebrados
Contra os quatro muros
Mal saídos da boca, eram logo abafados
Nos teus nevoeiros escuros
O amor que não davas
Era pão com bolor
Que engolíamos por temor
Aos regos que cavavas
De cinto em punho
Mas na veia algo havia
Que nos falava, nos dizia
Que amanhã, de bruços sobre o dia
O sol teimoso, nasceria
E nasceu...
Cuspiste tanta ira e de nada te valeu!
(Carmen Cupido)
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realmente...gostei...acertast e mais uma vez conseguist entranhar t no meu gostar...lol...
ResponderEliminarkatja
Já tinha saudades!... Ler-te é cada vez mais um doce fascinio!...
ResponderEliminarBeijos...
AL
merece um outro livro. o talento e vocação é tremendo!!!
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