Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Meia Benção, Meia Praga
És …
Meia Benção, meia Praga
Meia Carícia, meia Chaga
Coágulos dos meus gritos
Que berram agudos, aflitos...
Ai, que ensurdeço por dentro!
És...
Meio Ferro, meio Veludo
Meio Nada, meio Tudo
A palavra que me é dita
No silêncio que me habita...
Ai, o terremoto nas minhas entranhas!
És...
Meia Sede, meia Fonte
Meio Abismo, meia Ponte
Um pé na distância
E o outro pisoteando a ânsia...
Ai, a hera que me trepa o coração!
És...
Meio Tarde, meio Cedo
Meio Belo, meio Ledo
A noite que se apressa
Na madrugada cheia de pressa...
Ai, e ainda assim, o sol em mim, não desponta!
És...
Meia Prisão, meio Mar vastidão
Meia Dor, meia vermelha Flor
Às vezes ardente, cálida
Às vezes doente, pálida...
Ai, a raíz bebâda de riso e de lágrimas!
És...
Meia Vida, meia Morte
Meio Azar, meia Sorte
E persegue-me o desespero
Porque por não te querer
Ai, Amor! Tanto te quero!
(Carmen Cupido)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Não meio!
ResponderEliminarMas um grande poema inteiro!
Bjs do lado de cá dos Alpes
Minha querida
ResponderEliminarO resto é ausência...lindo como sempre o teu poema.
Deixo um beijinho
Sonhadora
a dualidade permanente... sempre habitando o ser.
ResponderEliminar