Carmen Cupido
Um diminuto berço me recolhe onde a palavra se elide na matéria, na metáfora, necessária, e leve, a cada um onde se ecoa e resvala (Luiza Neto Jorge)
domingo, 30 de outubro de 2011
A farpa
(Foto proveniente do Teatro "A Farpa" da Companhia Miníma)
Há sempre uma farpa
Que se elide no ventre do Poeta
Uma espécie de canto lutuoso
Declamando notas álgicas diversas
Um flúmen menstrual de Musa
Esculpindo margens na palavra purpúrea
Caules subterrâneos na escuridão do poema
Bolbos de madrugadas várias a nascer para dentro
Verbos, versos, com um monstro bicípite na ponta
Empurrando as letras em tormentos contrários
Rodopios ardilosos que a conta – gotas
Vão desfolhando as bubas do poema
Sarrabiscos aos Ais com asas de pedra
Que cravados na terra, admiram os céus
De longe, de longe...
(Carmen Cupido)
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Poeta
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Minha querida
ResponderEliminarDesnudaste a alma do poeta neste belo poema.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
muito bom este... a pensar!!! que fortaleza de versos... vulcão...
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