quinta-feira, 4 de março de 2010

Simplicidade



Desprendem-se as palavras
Do peito da Poetisa
Com a mesma simplicidade
Com que cai a folha...

A folha...
Cor do ardor
Que estremeceu 
O coração das árvores
Quando o frio 
Da realidade se misturou
Ao calor dos sentimentos...

Soltou-se
No seu último 
Suspiro de vida
No ramo do poema...

Flutuou no espaço
Corpo de poesia
Meio acordada meio adormecida
Já com um pé no sonho que há-de vir...

E logo veio cair
Aos pés do outono
Adubando-lhe o ventre
Com húmus de primavera!

(Carmen Cupido)

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