domingo, 15 de janeiro de 2012

A vida não é um rio tranquilo



De nada vale o atavio
Que se lhe dá ao nosso rio
Se a vida, algoz
De tanto atafulhar a foz
Vai rebentar a inocência
Fustigar a essência
Das águas que passam por nós

E...
Pode o corpo espasmar
Pode a alma berrar
Pode o pulso chagar
Que não há mão a cerzir que valha

Viver no desamor é mesmo assim
Doer,  num dói sem fim
Abafar o Ai, mal que ele sai
Levantar, mal que se cai

É caminhar sozinho
Ir morto  vivo no caminho
E ainda assim sorrir por fora
Ignorar os queixumes da hora

Ao coração doente, silenciosamente
Remendar os cantos; e os pontos serão tantos
Para salvar o Amor que por lá anda a flutuar
Ai Deus, se tardas mais um segundo
Sinto que me afogo, me afundo!

(Carmen Cupido)

2 comentários:

  1. [onde se faz da palavra, o corpo

    de letra, a margem inquieta,
    incerto o mar, caminho maior no sinuoso mundo]

    um imenso abraço, Amiga Carmen

    Lb

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  2. Minha querida

    Escrito com os dedos da alma este poema que me tocou muito.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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