De nada vale o atavio
Que se lhe dá ao nosso rio
Se a vida, algoz
De tanto atafulhar a foz
Vai rebentar a inocência
Fustigar a essência
Das águas que passam por nós
E...
Pode o corpo espasmar
Pode a alma berrar
Pode o pulso chagar
Que não há mão a cerzir que valha
Viver no desamor é mesmo assim
Doer, num dói sem fim
Abafar o Ai, mal que ele sai
Levantar, mal que se cai
É caminhar sozinho
Ir morto vivo no caminho
E ainda assim sorrir por fora
Ignorar os queixumes da hora
Ao coração doente, silenciosamente
Remendar os cantos; e os pontos serão tantos
Para salvar o Amor que por lá anda a flutuar
Ai Deus, se tardas mais um segundo
Sinto que me afogo, me afundo!
Sinto que me afogo, me afundo!
(Carmen Cupido)
[onde se faz da palavra, o corpo
ResponderEliminarde letra, a margem inquieta,
incerto o mar, caminho maior no sinuoso mundo]
um imenso abraço, Amiga Carmen
Lb
Minha querida
ResponderEliminarEscrito com os dedos da alma este poema que me tocou muito.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora